FADO CORRIDO
Mauricio e Francisco - Casa da Mariquinhas (G)
Ninguém sabe dizer nada Da formosa Mariquinhas
A casa foi leiloada Venderam-lhe as tabuinhas
Ainda fresca e com gajé Encontrei na Mouraria
A antiga Rosa Maria E o Chico do Cachené
Fui-lhes falar já se vê em perguntei-lhes de entrada
Pela Mariquinhas, coitada Respondeu-me o Chico: E vê-la?
Tenho querido saber dela Ninguém sabe dizer nada
Tenho querido saber dela Ninguém sabe dizer nada
Então as outras suas amigas A Clotilde, a Júlia, a Alda
A Inês, a Berta, a Mafalda E as outras mais raparigas
Aprendiam as cantigas As mais ternas, coitadinhas
Formosas como andorinhas Olhos e peitos em brasa
Que pena tenho da casa Da formosa Mariquinhas!
Que pena tenho da casa Da formosa Mariquinhas!
Então o Chico apertado Com perguntas, explicou-se
Então o Chico apertado Com perguntas, explicou-se
A vizinhança zangou-se Fez um abaixo-assinado
A vizinhança zangou-se Fez um abaixo-assinado
Diziam que havia fado Ali, até madrugada
E a pobre foi intimada A sair; foi posta fora
E por mor duma penhora A casa foi leiloada
E por mor duma penhora A casa foi leiloada
O Chico fora ao leilão Arrematou a guitarra
O Chico fora ao leilão Arrematou a guitarra
O espelho a colcha com barra O cofre-forte e o fogão
O espelho a colcha com barra O cofre-forte e o fogão
Como não houve cambão Porque eram coisas mesquinhas
Trouxe um par de chinelinhas O alvará e as bambinelas
E até das próprias janelas Venderam-lhe as tabuinhas
E até das próprias janelas Venderam-lhe as tabuinhas
Nenhum comentário:
Postar um comentário